África
África precisa com urgência atingir Conselho de Segurança da ONU, afirmam analistas
O especialista em relações internacionais Adão Baião disse que a representatividade formal de 55 estados, que África assinala nas Nações Unidas não se tem traduzido nos poderes decisórios dos problemas globais.
“A representatividade formal de África não se tem traduzido automaticamente nos poderes decisores da política mundial, porque o sistema das Nações Unidas, em particular o Conselho de Segurança, estrutura-se em torno dos membros com poderes de veto com poderes reais de decisão” frisou Adão Baião.
Já Horácio Nsimba disse que o peso ou influência da União Africana nas decisões das Nações Unidas, é cada vez mais relevante, apesar de ser limitada por factores estruturais, políticos e financeiros.
O especialista em relações internacionais destaca os esforços do Presidente João Lourenço, no apelo para que o continente berço faça parte de um dos órgãos mais importantes das Nações Unidas, que é o Conselho de Segurança.
Horácio Nsimba disse que África precisa com urgência atingir o Conselho de Segurança das Nações Unidas, por ser o organismo com maior poder e decisor da política internacional em matéria de segurança e paz, pelo facto de o continente berço estar representado com mais de 50 países na Assembleia Geral da ONU.
Para o especialista, se África não estiver no Conselho de Segurança, dificilmente conseguirá influenciar grandemente aquilo que são as decisões das Nações Unidas.
As declarações foram feitas no espaço “Tem a Palavra” do programa Capital Central da Rádio Correio da Kianda, que abordou o tema “A insuficiência da União Africana nas decisões da ONU”.
Importa referir que o Conselho de Segurança das Nações Unidas, é composto por 15 membros, sendo 5 membros permanentes com poder de veto, nomeadamente os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia e a China.
Os demais dez membros são eleitos pela Assembleia Geral para mandatos de dois anos.
Uma resolução do Conselho de Segurança é aprovada se tiver maioria de 9 dos 15 membros, inclusive os 5 únicos membros permanentes.
Um veto negativo de um membro permanente configura um veto à resolução.