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África do Sul: Parlamento vota hoje possível destituição de Jacob Zuma

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A proposta de votação secreta foi avançada pela Aliança Democrática, partido da oposição, depois de Zuma ter, em Março, demitido o seu respeitado ministro das Finanças, Pravin Gordhan, o que conduziu o país à condição de “lixo” pelas agências de “rating”.

Com esta decisão de Baleka Mbete, o Presidente sul-africano sujeita-se à 7ª votação para a sua destituição no Parlamento onde o ANC, partido que governa o país desde meados da década de 1990, detém uma confortável maioria.

No entanto, esta tem como novidade ser por voto secreto e vai decorrer num contexto onde Zuma é cada vez mais contestado no interior do seu próprio partido, o ANC (Congresso Nacional Africano), sendo o desfecho, por isso, incerto.

Para que a moção da Aliança Democrática seja aprovada vai ser necessário que cerca de 50 deputados do ANC votem contra o Presidente que elegeram.

Mas, apesar deste risco, Mbete, que é um dos mais antigos aliados internos de Zuma, anuiu na votação secreta por considerar que a África do Sul está a precisar de uma demonstração clara de transparência.

“Esta é uma oportunidade para mostrar ao povo que o Parlamento é uma casa que respeita a democracia”, disse o presidente da Assembleia na segunda-feira, acrescentando que se trata de “um teste à resiliência das instituições democráticas sul-africanas”.

Recorde-se que após a demissão do ex-ministro das Finanças, a África do Sul assistiu a algumas das maiores manifestações contra o ANC em décadas, potenciadas ainda pelas severas suspeitas de que Jacob Zuma usou o poder presidencial para beneficiar de milhões de dólares aplicados em obras numa das suas casas.

A atitude de Mbete foi audivelmente aplaudida pela oposição que sublinhou a importância desta votação secreta por permitir aos deputados do ANC votarem sem receio de serem prejudicados pela sua opção “de consciência livre”.

Uma das frases lapidares escutadas neste contexto foi a de Bantu Holomisa, do Movimento Democrático Unido (UDM), quando expressou a ideia de que os deputados do partido maioritário, ANC, tem agora “uma oportunidade soberana para mostrar se está do lado do povo ou do lado da protecção a Jabob Zuma a qualquer preço”.

Zuma está no poder deste 2009 e se a moção da oposição passar no crivo dos deputados do ANC terá de deixar o seu gabinete, sendo, para isso, necessário que 201 dos 400 deputados, sendo que destes 249 foram eleitos pelo ANC.

Apesar desta novidade, os analistas ouvidos pela imprensa sul-africana admitem que o desfecho mais provável para esta votação é que falhe, até porque as estruturas dirigentes do ANC já apelaram a que o partido se organize em torno da defesa do seu presidente.

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