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Advogados santomenses queimam diplomas em sinal de protesto
Num acto de protesto contra a interferência de poderes executivo e legislativo no poder judicial, mais de duas dezenas de advogados, magistrados e juristas queimaram simbólicamente os seus diplomas. Queimar os seus diplomas foi o acto simbólico de protesto escolhido para denunciar aquilo que advogados, magistrados e juristas santomenses consideram “ameaça do poder sobre o Estado de direito democrático” em São Tomé e Príncipe.
Para a bastonária da ordem de advogados, Célia Posser, a sua instituição não pode compactuar com esta situação.
Por seu turno, o advogado Filinto Costa Alegre considera que é necessário este acto.
Outro advogado, Miques Bonfim, disse, por seu lado, que o acto de queima de diplomas visa enviar uma mensagem à comunidade internacional de que “acabou o Estado de direito em São Tomé e Príncipe“.
O comunicado da Ordem dos advogados apelara a que os juristas comparecessem com as cópias dos seus diplomas ou certificados com as respectivas indumentárias (toga ou beca).
O documento em causa alega que “nos últimos meses temos sido confrontados com determinadas práticas violadoras dos mais elementares princípios de Direito”.
De realçar que o parlamento, com votos da ADI, partido no poder aprovou uma lei com nomeação excepcional de cinco novos juizes conselheiros para o Supremo Tribunal de justiça, facto que a oposição contestou junto do Tribunal constitucional, apesar da sua promulação pelo chefe de Estado a 30 de Maio.
A Assembleia nacional que exonerara e aposentara de forma compulsiva a 4 de Maio três juizes do Supremo após estes terem decidido devolver a cervejeira Rosema ao empresário angolano Mello Xavier.
Apesar da contestação o chefe de Estado, Evaristo Carvalho, a meados de Maio alegou competir ao parlamento regular “o Estado e as suas instituições, incluindo os tribunais“.
RFI