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Adulteração de idades dificulta desenvolvimento do desporto nacional

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Agentes desportivos da província do Huambo consideram que a adulteração de idades por parte de atletas de diversos escalões, constitui um sério problema, associado ao sub-desenvolvimento, que está a dificultar o desenvolvimento do desporto nacional.

Em declarações à ANGOP, o presidente da Escolinha de Andebol do São João do Huambo, Osvaldo Congo, considera que “o fenómeno constitui um dos condicionalismos transversais do desporto angolano, por causar inúmeras consequências, do ponto de vista do desenvolvimento técnico e tácticos dos atletas, tendo em conta a sua condição física e idade real avançada”.

“É necessário e urgente olhar-se para tal realidade com maior responsabilidade, no sentido de se pôr fim a esta prática, motivada por diversos factores”, declarou.

Entre um dos motivos do problema, apontou o “acesso tardio à escola de muitas crianças, registadas em função do nível de escolaridade, como sendo uma das razões, acabando por evoluir no desporto e com poucas possibilidades para a mudança do quadro”.

Como solução, sugeriu a melhoria dos serviços públicos, principalmente de registo dos cidadãos, “assim como a mudança de consciência de atletas, treinadores e encarregados de educação sobre a necessidade de se absterem destas práticas, além da implementação de um maior rigor na avaliação das idades dos jogadores”.

Encerramento de carreiras

Ainda em declarações publicadas pela agência noticiosa, o comentarista desportivo Pedro Filemón referiu que o gráfico decrescente do desporto nacional prova as consequências destas atitudes.

“É comum nas competições desportivas, sobretudo, do continente africano, onde os atletas, com a pretensão de evoluírem para os escalões mais altos, tendem a diminuir as idades, de modo a terem maior credibilidade para ascenderem de categorias”, lamentou.

Conforme o especialista, tal atitude condiciona a evolução técnica dos praticantes e a reprovação em testes médicos, tendo em conta o avançar da idade real.

O antigo jogador de futebol do Ferrovia, Petro do Huambo e Mambroa, considera que tais práticas têm levado ao encerramento precoce da carreira desportiva de muitos desportistas.

Outra situação é que com isso, resultante da falta de acompanhamento dos jogadores, acaba por desencorajar a classe empresarial em investir no desporto angolano.




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