Politica
Administrador municipal de Malanje acusado de inviabilizar conferência de imprensa do PRA-JA
O coordenador provincial da Comissão Instaladora do Partido de Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA) em Malanje, Carlos Xavier Lucas, denunciou, na passada quinta-feira, 25, que foram impedidos de realizar uma conferência de imprensa no Largo Nzinga Mbandi.
De acordo com Carlos Xavier, a ordem para impedir a realização da conferência teria sido orientada pelo administrador municipal daquela província, João de Assunção.
Em entrevista ao Correio da Kianda, Carlos Xavier informou que a conferência tinha como objectivo “explicar todos os passos dados, até a criação do PRA-JA, bem como os obstáculos que têm sido impostos pelo Tribunal Constitucional para legalização deste projecto político em partido”.
Quanto ao impedimento da conferência de imprensa, Xavier diz não entender a atitude, que teria vindo do administrador João de Assunção, de usar a polícia para inviabilizar a realização do acto, já que, de acordo com o mesmo, os organizadores da conferência haviam solicitado o espaço à administração municipal com a devida antecedência.
Em declarações ao Correio da Kianda, o administrador João de Assunção negou tais acusações, e disse que solicitou somente que a comissão do PRA-JA procurasse um local mais adequado, devido às medidas de prevenção da Covid-19:
“Não impedi a realização da conferência de imprensa do PRA-JA, apenas o espaço escolhido por eles, por não garantir as medidas de segurança no combate à Covid-19, conforme orientação do Ministério da Saúde e da OMS”.
Para o administrador municipal de Malanje, a coordenação do PRA-JA devia escolher um espaço habitual para esta actividade, que possa garantir maior segurança aos participantes, já que o largo Nzinga Mbandi é um espaço aberto.
Já o coordenador provincial do PRA-JA na Huíla, Serafim Simeão, reagindo na sua página no Facebook, disse que, até o momento, há uma relação amigável entre o Tribunal Constitucional e a comissão instaladora do PRA-JÁ:
“Todos os caminhos pacíficos estão a ser desenvolvidos para uma resolução airosa entre a ditadura do Tribunal Constitucional e a comissão instaladora do PRA-JA a nível de todo território nacional”.
Na mesma rede social, Serafim Simeão responsabilizou o MPLA num eventual “chumbo” do PRA-JA.
“O outro caminho que estão a empurrar o PRA-JA será de responsabilidade unilateral do MPLA e das suas instituições”, escreveu.
A Comissão Instaladora do Partido de Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA) é um projecto político liderado pelo dr. Abel Epalanga Chivukuvuku que foi “chumbado” pelo Tribunal Constitucional nas duas tentativas de legalização em partido político. Chivukuvuku classificou o gesto como perseguição pessoal por parte do até então juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Manuel Aragão.
Vale lembrar que o PRA-JA aguarda uma decisão final do recurso interposto junto ao Plenário do Tribunal Constitucional.