Politica
Administrador da Catumbela acusado de tentar retirar chapas às famílias afectadas pelas chuvas de 2015
O administrador do município da Catumbela, Fernando Belo, está a ser acusado por populares e entidades tradicionais da zona do Cabral, no Município da Catumbela, de tentar, na semana finda, retirar daquelas populações mais de duas mil chapas doadas pela sociedade civil, naquela que é considerada, até ao momento, como a maior onda de solidariedade que o país já teve.
Trata-se das mais de trezentas famílias, reassentadas na zona que fica junto à estrada que liga a cidade portuária à Canjala, próximo do desvio para a comuna do Biópio, que em 2015 foram afectadas pelas fortes enxurradas que atingiram a cidade do Lobito (Benguela), em Março do ano acima em referência, e que, até ao momento, continuam a viver de forma precária, com a falta de água, sobretudo.
Segundo soba Avelino, entidade tradicional responsável pela guarda dos bens doados pela sociedade civil na corrente solidária realizada por cidadãos de todo país, em entrevista ao Correio da Kianda, a tentativa de se retirar as mais de duas mil chapas sem fundamento plausível, segundo o soba, em posse das famílias afectadas pelas fortes enxurradas de 2015, tiveram início na última quinta-feira, com o administrador municipal da Catumbela, Fernando Belo, a invocar o Governo Provincial de Benguela, como tendo sido orientador.
“Eles vieram na quinta-feira, nós não aceitamos. Voltaram a vir aqui no sábado, também não aceitamos entregar as chapas. Vieram o senhor Administrador Fernado Belo e seu Adjunto, e com a Polícia. Estão a nos dizer que querem as chapas porque a ordem é do governador. Então nós estamos a espera que venha mesmo aqui o governador, falar connosco”, disse ao Correio da Kianda, na tarde desta segunda-feira, o soba Avelino, quando contactado pelo Correio da Kianda.
Entretanto, face às denúncias apresentadas a este jornal pelo soba, o Correio da Kianda contactou o administrador da Catumbela, que negou tratar-se de um suposto desvio conforme avançado por uma emissora privada no seu noticiário desta segunda-feira.
Ao Correio da Kianda, Fernando Belo disse, tratar-se de uma medida que visa acudir uma localidade que passa por necessidade, precisando com urgência de algumas chapas.
O administrador da Catumbela confirmou tratar-se de uma medida, cujo a orientação foi dada pelo Governo Provincial de Benguela. Justificação não colhida com bons olhos pelas famílias reassentadas na zona do Cabral, que na voz do seu soba, alega tratar-se de uma suposta tentativa de desvio de chapas.
Por Dumbo António
António Daniel Libermann
11/05/2021 em 10:00 am
Os populares têm razão de desconfiarem, porquanto vivemos uma crise de confiança, entre cidadãos comuns e as autoridades públicas.