Adesão à zona de comércio livre pode desincentivar contrabando de combustível, afirmam analistas

O especialista em gestão e administração pública Denílson Duro, disse esta quinta-feira, 29, à Rádio Correio da Kianda, aquando do debate no espaço “Tem a Palavra”, do programa Capital Central, ser uma mais-valia a adesão do país a zona de comércio livre da SADC, destacando igualmente, o estabelecimento das plataformas de relação de comércio.

Para o especialista, é necessário depois evoluir-se para a relação empresas e Estados, onde empresas nacionais por exemplo venham a prestar serviços a países da região.

Denílson Duro disse que “a adesão a zona de comércio livre vai permitir o aprofundamento e alargamento do comércio, como também o desincentivo ao contrabando de combustível ou alimentar, pelo facto de os cidadãos da região que tencionarem adquirir algum produto de Angola, terão as fronteiras abertas”.

O especialista Isaac Canjengo considera a adesão a zona de comércio livre como um ganho para o país do ponto de vista político e diplomático, embora considere que Angola esteja muito longe da realidade material dos processos de integração regional de acordo com a sua doutrina de integração no mundo, o que cria algum cepticismo sobre quais serão as estratégias que possam levar os operadores económicos a tirarem proveito desta medida.

Já o especialista do Centro de Investigação Social e Económica da Universidade Agostinho Neto, Hermenegildo Quexigina, frisou “ser necessário perceber que os problemas surgem quando há acções, justificando ser tardia mas necessária esta adesão ao comércio livre da região”.

O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, disse esta terça-feira, 27,  que Angola vai integrar a Zona de Comércio Livre (ZCL) da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a partir de Junho deste ano.

O anúncio foi feito durante a 19.ª edição do Café CIPRA, que abordou o tema “Angola no centro da diplomacia africana”, tendo avançando que a integração do país vai ser aprovada na Conferência de Ministros de Comércio da SADC, ao que se seguirá a sua ratificação pela Cimeira dos Chefes de Estado desta região do continente, a decorrer brevemente.