Activistas denunciam tentativa de assassinato

Os activistas Laurinda Gouveia, Sangoma Katri Lapino e Rui dos Anjos, disseram que foram raptados, por volta das 17h, desta sexta-feira, 13, nas imediações do Largo da Sagrada Família quando pretendiam participar de uma vigília organizada para homenagear o jovem Inocêncio de Matos, morto pela polícia durante a manifestação do passado dia 11.

Os activistas  narram que durante o rapto “foram agredidos e escorraçados pela polícia na via pública”.

“Fomos colocados a força numa viatura do SIC, de cor branca, que seguiu rumo à chamada estrada de Catete”.

De acordo com os relatos dos mesmos, levaram-nos numa mata, a aproximadamente 30 quilômetros da estrada, tudo sob orientações de um agente com a patente de inspector “que recebia as ordens da nossa execução por via telefónica”.

“Estacionaram a viatura nas matas entre o Cuanza Norte e Icolo e Bengo, onde o inspector desceu furioso, com uma pistola na mão direita, e apontou para nós com o dedo no gatilho e dizia descem do carro e vão de costas viradas”.

Os jovens revelaram que só não foram assassinados porque decidiram implorar de joelhos pelas suas próprias vidas. Momentos depois foram abandonados no meio da mata, viram-se obrigados a caminhar,  durante a noite, até encontrarem uma aldeia povoada onde passaram o resto da noite. Neste momento já se encontram em suas casas.

Sangoma Katri Lapino, em declaração ao Correio da Kianda, diz que neste momento encontra-se traumatizado porque nunca esteve tão perto da morte.

“Estou pálido e ainda sobre efeito do trauma porque estávamos à centímetros da morte”, disse, mas, contudo, assegurou que estão “prontos e fortes para continuarmos com a luta”.

Os manifestantes pretendem revelar todo o episódio vivido durante o rapto pela força de segurança, nos próximos dias, em conferência de imprensa.