Sociedade
Activista denuncia falta de acessibilidade nas instituições públicas e privadas do país
As pessoas vivendo com deficiência continuam a enfrentar dificuldades de acessibilidade nas instituições públicas e privadas por falta de rampas. Esta preocupação foi manifestada na manhã deste domingo, 23, pelo activista e militante da inclusão, Adão Ramos.
Em declarações à Rádio Correio da Kianda, disse que Angola está muito atrasada no quesito das acessibilidades, que não se reduzem em rampas, mas também arquitectónicas, comunicacional (língua gestual) legenda e informação em formato áudio, o digital que visa garantir website e outros aplicativos, bem como acessibilidade atitudinal, consubstanciada em preconceitos.
O também secretário-geral da Federação Angolana das Associações de Pessoas com deficiência (FAPED) assegurou que Angola ratificou a convenção das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com deficiências, isso significa que o Estado assumiu o compromisso formal de garantir a acessibilidade plena de forma progressiva e continua, e não de forma simbólica, descontínua e lenta, como acontece na nossa sociedade.
Adão Ramos referiu ainda que não há nenhuma interpretação possível que justifique a ausência de rampas, visto que a Constituição da República de Angola é clara, diz que o Estado deve promover a inclusão e a igualdade e eliminar as barreiras que impeçam o exercício pleno dos direitos por todos os cidadãos sem discriminação.
O secretário-geral da Federação Angolana das Associações de Pessoas com deficiência (FAPED) apelou as autoridades competentes que “a promoção de acessibilidade não é um favor que se faz as pessoas com deficiência e não é opcional, mas sim um direito humano”.
Adão Ramos disse que o desenvolvimento não pode ser avaliado apenas em infra-estruturas, mas é pela capacidade de inclusão da participação de todos no processo do desenvolvimento.