Opinião
A campanha já começou?!
Por: Osvaldo Mboco
O ambiente que gravita sobre a atmosfera política de Angola indica para o início de uma preparação da corrida eleitoral devido aos acontecimentos que marcaram os últimos dias no país, dominados por demonstração de força e poder entre os dois maiores partidos políticos, no que concerne às marchas de apoio, actos políticos de massas e afixação de bandeiras nas principais vias da cidade de Luanda, sendo uma realidade extensiva às demais províncias.
Entre bandeiras a bandeiras, levanta-se a questão que dá título a este artigo “A Campanha já começou?!”. E a resposta é de fácil interpretação, pelo que nos é dado a ver. Então, é correcto afirmar que a campanha já começou do ponto de vista prático, mas não do ponto de vista formal, tendo em conta os movimentos feitos pelos principais _players_ do xadrez político eleitoral em Angola e pelo facto do presidente da república ainda não ter convocado as eleições, conforme plasmado na constitucional.
No entanto, a gestão e a postura dos partidos políticos neste período poderão definir o curso do processo eleitoral. Daí é importante que os partidos adoptem uma postura cívica, ordeira e patriótica que seja transmissível aos militantes, amigos e simpatizantes, no respeito pela diferença das ideias, das ideologias políticas que norteiam os pilares dos partidos.
É expectável que se registe neste período acto de urbanidade e respeito da accão política de cada partido político, no sentido de não propiciar a intolerância política, que pode resvalar em actos de violência e pôr em causa a estabilidade política, bem como o estado de direito e democrático. Pelo que tudo indica, o país vivenciará uma competição política complexa e bastante reinada pelas principais forças políticas, onde a organização, a capacidade de material de propaganda, o _marketing_ político e a comunicação de proximidade ao eleitorado farão a grande diferença na competição política.
Todavia, há, certamente, muito por absorver no plano do _marketing_ político e de práticas de campanha eleitoral, especialmente no âmbito da transmissão da informação, traduzida na passagem da “mensagem” aos eleitores, militantes, simpatizantes e amigos dos referidos partidos, ou seja, passar a “informação política” de boca-a-boca; porta a porta; bairro a bairro; quarteirão a quarteirão; rua a rua; comuna a comuna; município a município e de província a província, conforme observado no livro “As Eleições em Angola — de 1992 até aos nossos dias”, de autoria de Osvaldo Mboco.
Por: Osvaldo Mboco