Politica
ACJ acusa MPLA de escolher lideranças dos partidos na oposição
O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, acusou, nesta sexta-feira, 26, o partido no poder, MPLA, de estar a interferir-se nas questões internas dos partidos políticos na oposição tentando escolher um líder que lhe convém para ser adversário de João Lourenço nas próximas eleições agendadas para o próximo ano.
“O partido no regime, desesperado, tenta escolher as lideranças dos partidos que com ele competem”, confessou.
O líder do maior partido na oposição teceu tais acusações durante o seu discurso de abertura do seminário de quadros, que antecede a IV reunião ordinária do comité permanente, a decorrer a 28 Maio de 2021, afirmando que “o partido de regime desespera em tentar escolher as lideranças dos partidos que com ele competem”, disse e acrescentou que neste capítulo, “à luz do dia e com direito à cobertura dos media nacionais, assistimos a um enorme desrespeito pela integridade e intelectualidade dos cidadãos, levados ao extremo de serem tratados como mercadoria, por agentes do estado, que usam dinheiros públicos para comprarem cidadãos”.
“Este desespero instalado no partido de regime tem trazido muito mal ao país, sendo para nós surpreendente a inexistência de massa crítica interna, de quem no mínimo se esperaria o comprometimento com os mais elementares princípios democráticos”.
O presidente da UNITA disse que estando em 2021, esperava-se bastante mais de um partido que governa há 46 anos o país, esperava-se e espera-se que nos dias de hoje estivessem preparados para olhar com tranquilidade para o jogo democrático e estejam preparados para uma transição política no país.
Adalberto Costa Júnior garantiu aos seus dirigentes que em 2022 haverá alternância no poder: “a alternância vai ocorrer em Angola”, assegurou. Para isso, o político sublinhou que urge mostrar a Angola e ao mundo, “mais maturidade, se pretendemos de facto atrair investidores, não podemos continuar a dar essa imagem, miserável de um regime fomentador da instabilidade e impreparado para a democracia”.
“Angola clama por Patriotas, que amem verdadeiramente o seu país e o seu povo e coloquem o povo e o país acima dos partidos. Angola e os angolanos clamam por diálogo, por paz, por estabilidade, por inclusão e por desenvolvimento. tudo alcançável num país com as potencialidades de Angola, agregadas ao rigor, à disciplina, ao trabalho, à transparência e à boa governação”, continuou.
Quanto ao apelo lançado pelo Presidente da República, João Lourenço, na passada quarta-feira, para que a UNITA peça perdão pelas mortes ocorridas na Jamba, o presidente do partido fundado por Jonas Savimbi, considera que o Chefe de Estado foi infeliz.
“Foi infelizmente reduzida, a solenidade do momento e a genuinidade do pedido de perdão às vítimas, quando exortou a UNITA, despropositadamente, a pedir desculpas às vítimas do período do conflito armado, esquecendo-se que a UNITA já o fez e por diversas vezes. Fê-lo o Dr. Jonas Savimbi, em Abril 2001, na 16ª Conferência, fê-lo o General Lukamba Gato. enquanto Coordenador da Comissão de Gestão da UNITA e fê-lo também Isaías Samakuva, por mais de uma vez nas vestes de Presidente do Partido”.