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Abrimos a porta para o COVID-19

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A nossa “relação” com COVID-19 começou com a chegada dos voos vindos das zonas de risco, com destaque para Portugal. 

Ficou claro que a partir do momento que o vírus tomou controle das cidades tugas do Porto e Lisboa, era quase certeza de que dificilmente nos safavamos… E na nossa forma angolana de pensar que as regras são para todos, menos para nós, abrimos a porta que faltava.

E pior, o vírus  trouxe não apenas o temor pela vida, mas também certezas: 1- Há angolanos e angolanos. 2- O Estado afinal é ou finge ser ingénuo.

A ideia de existirem angolanos e angolanos vem da mera questão que não foi suficientemente respondida, porque o Estado enverda esforços para ir buscar angolanos na tuga, os tais voos sociais, como a ministra da saúde chamou, se a memória não me trai, e não fez qualquer esforço para ir buscar os angolanos na China. E como já é costume, fugiu as explicações, e quando foi obrigado a dar, foi mesmo uma daquelas para “boi dormir”.

Já o número dois, parece até propositada… Os voos de zona de risco aterram no país, numa altura em que alguns países já apertavam as entradas provenientes destas zonas. E o que o Estado faz? Dá um folheto, uma conversa simples e depois permite que os então chegados possam ir para casa, desde que deixassem a promessa de ficar isolados em casa. Só um ingénuo pode pensar que uma pessoa que vem de viagem, chega e fica fechado em casa sem contactar ninguém. É que é tão infantil  que até  assusta. Ainda mais se pensarmos nos nossos traços culturais. O que acontece em condições normais quando se chega de viagem?

A história  vai contar amanhã, foi assim que o vírus que ninguém sabe como mandá-lo para onde nunca devia ter saído, entrou.

Mesmo sem querer meter todo prato da culpa nas mãos do Estado, não podemos infelizmente negar que este mix se não abriu a porta do país ao vírus, ajudou que entrasse. Agora é aguentar com o Estado de Emergência e rezar que não tenha dado tempo para contaminação local, porque aí sim, as nossas hipóteses chegam ou ficam drasticamente próximas de zero.

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