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A tristeza de João Lourenço face a morte de Luther Rescova

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Sexta-feira, 08 de Outubro de 2020, tomamos o conhecimento do passamento físico daquele que era visto como o golfinho de João Lourenço — Sérgio Luther Rescova, no que diz respeito ao processo de rejuvenescimento do seu partido e por consequência a estrutura do aparelho governativo do Estado, onde procura conciliar factores como jovialidade e competências.

João Lourenço, após tomar o poder em 2017, iniciou um processo de reformas estruturais, cuja o objectivo é tornar funcional e dinâmica a administração do Estado. Nessa sequência, escolheu trabalhar com vários jovens do seu partido onde veio a nomear Rescova, que na altura, exercia as funções de Secretário Nacional da JMPLA, partido no poder desde 1975. Fazendo isso, o jovem Rescova tornou-se no governador mais jovem a assumir os destinos da capital do país, deixando pra trás a JMPLA e seguir com as novas responsabilidades de governador provincial de Luanda, que no nosso entender é a mais complexa do país, pois congrega todos os ‘peso pesado’ da política nacional.

Nesta perspectiva de conciliar os factores de jovialidade e competência, Lourenço, provou-nos por A mais B que está disponível a tornar a máquina do Estado funcional e dinâmica com quem tiver competências e habilidades para correr atrás da realização do seu programa de governação, que por sua maioria, essa responsabilidade recai aos jovens do seu partido político.

Idade e competências, têm sido um dos elementos usados para nomear responsáveis a sua administração. No caso de Rescova, foi feliz ao nomeá-lo para administrar a província de Luanda. O jovem Rescova, em Luanda, soube dar conta do recado, mesmo sendo bloqueado por muitas forças dentro do seu partido, assumiu as responsabilidade de forma ousada e reconhecemos aqui a sua veia político, onde chegou a litigar o mercado Provincial ao pé de igualdade com o animal político Nelito Ekuikui, secretário Provincial da UNITA em Luanda, reconhecemos aqui, a disputa política em Luanda, esteve bastante rica e ambos mostraram pujança na forma de fazer política e ser político, o que reconhecemos as suas valências.

Face aos bloqueios e dificuldades de ordem alheia para impor-se em Luanda, Lourenço viu-se obrigado a enviar o seu golfinho para sua terra natal para seguir com a mesma linha filosófica de trabalho, observadores atentos que somos as mexidas política nacional, apreciamos e presumimos que um jovem a dimensão de Rescova, ousado, assumindo os destinos da sua terra natal, a população do Uíge sairia como vencedora desta mexida face aquilo que mostrou poder fazer.

Apreciamos o andar da carruagem à distância, mas tomávamos conhecimento daquilo que estava sendo feito em prol da população, um ou outro incidente tiraram o prestígio do responsável máximo pelo facto de violar alguns direitos fundamentais dos cidadãos, isso não tira o mérito da sua entrega na causa o que lhe demos o nosso respeito e admiração pelo espírito humanístico apresentado enquanto governante.

Rescova, teve a infelicidade de perder a vida enquanto tinha tudo para dar para província e país. E agora, a táctica do presidente Lourenço de conciliar os factores idade e competência vai continuar ou será revertida? O quê será do presidente depois deste golpe? É necessário assegurarmos uma transição geracional pacífica para que se evite a perda dos quadros jovens promissores.

Hoje, somos os jovens, amanhã, seremos os mais velho do país, temos de ter o devido cuidado para que a afirmação da jovialidade no panorama político nacional seja aceite como um ciclo normal da vida por parte de todos. Aproveitamos para mais uma vez desejar os nossos profundos sentimentos de pesar à família neste momento de dor e luto. BEM-HAJA!

Por: Manuel Cornélio




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