Politica
“A terra angolana ainda não é propriedade do povo angolano, mas sim do Partido-Estado”, afirma UNITA
Numa declaração em alusão ao 11 de Novembro, Dia da Independência Nacional, o maior partido na oposição, União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), afirma que “após 47 anos de independência, a terra angolana ainda não é propriedade do povo angolano, mas sim do Partido-Estado”.
O documento saído do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, sublinha que “47 anos depois, Angola exige dos angolanos maior coesão e mais diálogo para vencer os desafios do combate a pobreza, a fome e a miséria, o desemprego, a criminalidade, a melhoria dos serviços de saúde, água potável, energia eléctrica, ensino de qualidade para todos, a inclusão social e a realização plena do angolano na pátria do seu nascimento”.
“A independência de Angola, que é um direito inalienável de todos os povos, foi sonhada e alcançada ao preço de muitos sacrifícios ao longo de lutas seculares”, lê-se no documento.
A UNITA entende que a independência deve ter como substância, em primeira instância, o resgate de tudo, de essencial, que, ontem, o colonialismo usurpou e destruiu isto é, a terra, a cultura e a liberdade.
O dia 11 de Novembro de 1975 foi escolhido, pelos co-signatários do Acordo do Alvor (Portugal, FNLA, MPLA e UNITA), como a data da proclamação da independência de Angola. Este acto histórico seria o culminar de todo um processo que passaria pela realização das eleições para a Assembleia Constituinte, sendo os movimentos de libertação os únicos candidatos à mesma.
Por outro lado, os maninhos destacam as duas grandes conquistas de Angola independente, o Estado Democrático de Direito com a economia de mercado e a paz militar, e colocando-se como um dos protagonista deste acto histórico. “São fruto de um abnegado esforço patriótico de que a UNITA é, sem ser o único, protagonista de primeiro plano”.
“Tristemente, estas duas conquistas em pouco beneficiam o povo angolano”, aponta, o documento.
47 anos depois, a UNITA diz que aos cidadãos angolanos é negada a componente participativa da democracia, pois o Partido no poder recusa-se, através de várias manobras, institucionalizar as Autarquias.
Por ocasião dos 47 anos da Independência Nacional, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, em nome dos membros e amigos da UNITA, agradece ao povo angolano pela sua fidelidade ao exemplo de patriotismo de todos os maiores da nossa história comum, pela sua maturidade democrática demonstrada nas últimas eleições e pelo seu apego à paz.
Os membros do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA exortam ao povo angolano à unidade de propósito e de acção no sentido de juntos materializarmos, no decurso do ano de 2023, a institucionalização das autarquias locais, pois, elas são a via insubstituível e incontornável para o nosso desenvolvimento comunitário.
Finalmente, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA rende uma singela homenagem à todos os heróis e mártires da luta de libertação pela independência de Angola e pela conquista da democracia e da paz.
Outrossim, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA apela aos angolanos para honrar a memória dos pais da Independência: Álvaro Holden Roberto, António Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi.