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“A luta contra a varíola precisa de lições da pandemia de Covid-19”, Ramaphosa

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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, apelou nesse domingo, aos países do continente africano a aplicar as lições da Covid-19 no combate ao surto do Mpox, incluindo a procura previsível de vacinas e a sua distribuição equitativa.

Citado pelo jornal The Citizens, Cyril Ramaphosa, que discursava na reunião virtual dos Chefes de Estado da União Africana sobre o Mpox, afirmou que África precisa de aprender com a sua experiência durante a Covid-19, para dar resposta à varíola do macaco (Mpox), por entender que o continente enfrenta um momento crítico na luta contra a doença.

“A experiência da Covid-19 ensinou-nos que precisamos de uma procura previsível e de garantias de venda para as vacinas, medicamentos e diagnósticos fabricados em África”, disse.

O surto da varíola Mpox foi declarado como emergência de saúde pública para a segurança continental pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) e uma emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ramaphosa disse aos chefes de Estado que o surto de Mpox é um lembrete do quão frágeis são os sistemas de saúde africanos e da necessidade urgente de uma abordagem multifacetada para o controlo de doenças no continente.

“Precisamos de um plano financeiro baseado em evidências, com previsões sólidas das necessidades”, afirmou Ramaphosa.

Segundo o presidente, tal como aconteceu com a pandemia da Covid-19, África ainda luta para obter a vacina e o tratamento do Mpox.

O chefe de Estado sul-africano sublinhou que aprecia o apoio de vários países para obter vacinas em África, mas também apelou ao continente para fabricar vacinas para reduzir custos e melhorar o acesso.

“A experiência da Covid-19 ensinou-nos que precisamos de uma procura previsível e de garantias de entrega para as vacinas, medicamentos e diagnósticos fabricados em África”, disse Ramaphosa, acrescentando que “os países africanos devem, por isso, comprar vacinas e outros produtos de saúde fabricados em África para garantir uma produção sustentável no nosso continente.”

O presidente acrescentou que, para além da resposta de vacinação dirigida aos surtos, África deve explorar a viabilidade de continuar a vacinação nas populações de alto risco.

“Esta abordagem dupla ajudará a criar uma proteção contra futuros surtos e a proteger as nossas comunidades mais vulneráveis”, disse.

As vacinas do Mpox foram administradas em África, pela primeira vez, na semana passada, tendo sido administrada a centenas de pessoas no Ruanda. As primeiras 300 doses foram administradas a 17 de Setembro, perto da fronteira com a República Democrática do Congo.

Radio Correio Kianda

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