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Opinião

A finta da parceria estratégica a Tuga

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A vinda do chefe do Executivo Portugês a Angola após especulações e adiamentos, é a prova de que alguma elite no MPLA sai vencedora do braço de ferro que existia igualemente com alguma elite em Portugal onde, os povos dos dois países sofriam por causa do desentendimentos e desencantos destas mesmas elites. A forma como se encerrou o caso de Manuel Vicente um dos players mais importantes da máquina económica e financeira do regime, que na perspectiva dos seus, tinha de ser salvo a qualquer custo das masmorras Lusitanas. A subida do tom de Luanda foi em resposta a forma de como no espaço público Português se discutia, o assunto envolvendo os já conhecidos complexos… Os esforços de Portugal em reganhar a confiança da “jóia da coroa” do caído “Império” demonstrado na elegância e charme da diplomacia do Chefe do Estado Português Marcelo Rebelos de Sousa, protagonizados em Luanda não foram suficientes para vergar o regime. Estas e outras acções são a prova de quão importante Angola é para Portugal e o contrário também é válido…

De recordar que tudo começou em 2013, onde o regime assume que as relações com Portugal não estavam bem, naquele que foi o discurso em que o Presidente José Eduardo dos Santos assume e defende a acumulação primitiva do capital, como a estrategia para a criação de uma elite económica angolana forte mas, falhou na sua essência pelo que, extremou o país, criou um verdadeiro descontrolo e promiscuidade da coisa pública, enfim um verdadeiro 27 de Maio econômico. E ali começa as zangas das comadres abordadas em livro por acadêmicos Portugueses nomeadamente Jorge Costa, João Texeira Lopes e Francisco Louçã expondo a nú a oligarquia angolana intitulado “Os Donos Angolanos de Portugal” que, diga-se nem tudo que o livro traz é tão real quanto parece, mas a verdade verdadeira é que os de cá não gostaram da forma de como foram tratados lá. E por isso reagiram ao nível de Estado em defesa dos seus interesses. Foi num discurso de Estado em que, ficou expressa o “irritante” corte umbilical com a “Metropole” que, as vezes teima em aceitar que Angola já não é “joia da coroa”. A tão propalada parceria estrategica proposta pelo professor Cavavo Silva então Presidente Português ao seu homológo Angolano o Eng. José Eduardo dos Santos e que, devia começar em 2014 foi engavetada.

A Parceria estrategica pressupõe relação priviligiada (relação facilitada a quase todos os níveis), Angola é o terceiro parceiro estratégico dos EUA em África, depois da África do Sul e da Nigéria e convenhamos que o petróleo é o sangue desta relação… Porque razão Angola não estabelece o mesmo nível de afinidade com Portugal com o qual, possuímos uma relação histórica e cultural irrefutável? Os acordos assinados nessa visita de “reconciliação” do Primeiro Ministro Português são importantes, mas são os que Angola tem e pode ter com qualquer outro Estado, portanto julgo que o ganho da visita estaria se, de facto se assinasse a tal parceria estrategica ali sim, valeria o esforço. As recentes visítas do Presidente João Lourenso as capitais da doplimacia, da política e da economia na União Europeia, é um sinal de que Angola precisa abrir efectivamente novas portas para além da tradicional, precisa de parceiros e parcerías mais exigentes e menos propensas a exposição e situações que, no passado criaram a máquina que desacreditou e levou Angola ao descredito interno e externo. A nova agenda prevê o combate cerrado a estas más práticas e abrir o país para novos rumos e dinâmicas. Em meu entendimento, este novo momento da diplomacia exercida pelo novo rosto do poder em Luanda irá diminuir e ou esvazir o lobby Luso em Angola.

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