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Opinião

A estratégia errada

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Angola vive hoje um período difícil. Petróleo estável nos 60, longe dos 100 dólares de outros tempos; dívida pública a bater o impensável (140% do PIB) e rating revisto abaixo do lixo (caa para MOODY’s e ccc para FITCH e S&P), o que de resto afasta investidores e dificulta ou torna o acesso ao crédito mais penoso para Angola.

Economia não enche barriga, é verdade, mas pode explicar porque muitas estão vazias! Olhar para os efeitos práticos destes e outros sinais que a economia e as finanças nos vão dando há já algum tempo clarifica: níveis de desemprego mais que elevados (acima dos 30%) e tendentes a subir ainda mais. É pois, o PIB encolheu 2,5 e tudo leva ao pior, voltar a encolher! O que de resto pressupõe que as empresas não cresceram, pelo contrário, diminuíram e se diminuíram, têm de fazer pela vida, têm menos negócios.

Com isso, paga o cidadão que cada vez mais dificuldades vê para manter ou conseguir emprego e paga o Estado que cada vez menos arrecada com as empresas e com os cidadãos que sem emprego, incumprem no dever de contribuinte.

A culpa? Sempre solteira. Ambiente desfavorável! Esse mau ambiente faz com que todos percam, Estado e empresas. Mas principalmente o Estado, a dívida pública deixa isso bem claro.

Há portanto que buscar renda de outras fontes que não o petróleo. Mas a tão propalada diversificação da economia não passa de sonho.

Aliás, desde os tempos de JES que a coisa anda assim; diversificar sim, mas só no discurso.

Hoje já vai o Estado buscar algum com os impostos e tributação em geral, mas convenhamos, não é o melhor caminho porque resulta em apertos e dificuldades para as empresas e cidadãos. Tirar onde não há nunca foi uma boa… O ideal é mesmo surgirem novos players, de preferência big players em novos sectores.

É isso que desde o tempo da “outra senhora”, não consegue o Estado fazer, criar ambiente propício para o surgimento destes players capazes de ver oportunidade e de fazer acontecer de facto no sector agro-pecuário, por exemplo.

Em bom “angolano”, podemos dizer, é azar, mas não, só mesmo estratégia errónea.

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