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Togo: ex-ministra e cunhada do Presidente detida para interrogatório
A ex-ministra da Defesa e crítica do Governo do Togo, Marguerite Gnakadé, foi detida para ser interrogada, depois de recentes apelou para o Presidente demitir-se e instado os militares a se juntarem ao povo para pôr fim a décadas do governo.
Gnakadé, cunhada do líder do país, Faure Gnassingbé, apelou, recentemente, à demissão do presidente e instou os militares a se juntarem ao povo para pôr fim a décadas do governo dinástico.
Recentemente, aquele país africano viu-se mergulhado numa onda de protestos contra o presidente Faure, e a exigir a libertação de presos políticos, tendo resultado em dezenas de mortos
Os protestos ocorreram no meio da indignação popular e do crescente cansaço com um regime familiar que está no poder há 60 anos. Gnassingbé, que lidera o país desde 2005, sucedeu ao seu pai, Gnassingbé Éyadéma, que governou durante 38 anos, a partir de 1967.
Uma nova estrutura constitucional que permitiu a Gnassingbé prolongar o seu mandato enquanto assumia o cargo de Presidente do Conselho de Ministros alimentou ainda mais os protestos. Gnassingbé tomou posse em Maio para o novo cargo, que é o mais alto do poder executivo do Governo e não tem limite oficial de mandatos.
Nos últimos meses, Gnakadé escreveu artigos a criticar Gnassingbé, pedindo inclusive a sua demissão e abrindo caminho a uma “transição pacífica, inclusiva e nacional”. Ela também apoiou protestos contra a sua liderança. Gnakadé, viúva de Ernest Gnassingbé, falecido irmão mais velho de Faure Gnassingbé, foi ministra da Defesa de 2020 a 2022.
Foi uma das primeiras mulheres a ocupar um cargo governamental tão estratégico e as suas críticas veementes ao Governo representam uma mudança significativa.
Actualmente, está a ser interrogada pelas autoridades. Alguns relatos sugerem que as acusações contra ela estão relacionadas com alegadas ligações a figuras da oposição exiladas e tentativas de incitar à desobediência dentro das Forças Armadas.
Estas alegações constituiriam crimes graves se comprovadas e, de acordo com fontes judiciais, poderá enfrentar penas de prisão que variam entre 10 e 20 anos se for considerada culpada. Espera-se que os próximos dias esclareçam melhor os motivos precisos da detenção de Gnakadé.
