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Especial RDC

“Essa vez é do FATCHI”, gritam jovens nas ruas de Kinshasa

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Os congoleses acordaram animados nesta quarta-feira, 20, para exercerem o seu direito de voto, como uma manifestação patriótica, ou seja, movidos pelo amor a pátria.

De acordo com a lei eleitoral da República Democrática do Condo, a votação daria início às 7h da manhã e, o termo às 17 horas, mas, a constatação feita pela Rádio Correio da Kianda, à nível da cidade de Kinshasa, muitas assembleias de votos viriam a dar o arranque da votação horas depois.

A situação foi diferente na assembleia de voto, no Institut dela Gombe, por exemplo, a votação começou às 7h, e, foi neste local onde o presidente cessante Antoine Félix Tshisekedi votou, embora, seja uma das assembleias mais concorridas (com maior número de eleitores) naquela zona nobre de Kinshasa.

O triste foi, por volta das 13h e alguns minutos, os populares invadiram o portão, por desespero, visto que muitos chegaram nas primeiras.

Opinião contrariada por uma cidadã que disse à Rádio Correio da Kianda que, “o processo estava a correr bem”. A enchente tinha  a ver com o número elevado de eleitores inscritos naquela circunscrição.

Já no Instituto Bokolo, o processo de votação estava a decorrer de forma célere, sem sobressaltos. Segundo os nossos interlocutores, entravam cinco eleitores de cada vez, depois de votarem saíam e entravam outros.

Entretanto, no Instituto Bosangani a situação parecia pior, visto que alguns eleitores foram atrás dos microfones da Rádio Correio da Kianda para manifestar a sua contestação. Diziam que “”estavam a priorizar pessoas com dinheiro (corrupção) para votar e deixando os pobres nas filas desde manhã”, desabafou uma cidadã, afastada.

Outra mulher disse que havia chegado às 6h e até 16 horas não havia votado. “Como fica?”, questionou, aparentemente movida pelo sentimento patriótico.

II Tempo (lei eleitoral)?

Quando eram 17 horas a nossa equipa de reportagem foi outra vez para radiografar as assembleias de votos. Quando esperávamos pelo encerramento, o cenário encontrado era de continuidade, ou seja, ainda muitos congoleses afluíam aos locais de voto para exercerem o seu direto cívico, e, debaixo de uma grande a chuva.

O mais agravante encontramos uma assembleia de voto que só abriu a votação às 17 horas, os observadores independentes, disseram ais nossos microfones que, não iriam terminar sem que todos eleitores inscritos votassem.

Questionado sobre a previsão do encerramento, disseram que iria até 21 horas, opinião contrariada por uma cidadão que defendeu que se estendesse a votação até quinta-feira, dia 21.

Um cidadão meio triste, disse que não vai votar porque o nome dele não consta da lista dos eleitores, por culpa da Comissão Eleitoral Independentemente (CENI), á semelhança dele duas senhoras mostraram-se desesperadas com a demora e não sabiam a hora que poderiam votar.

Quanto aos indicadores de voto, quando alguns pensam que essa é a vez de Fayulo, tendo em conta o histórico das eleições passadas, mas, a juventude e maior parte dos cidadãos diz, “bolinga bolinga te, mbala oyo eza ya FATCHI” (querendo ou não, essa vez é do FATCHI) abreviação de Félix Antoine Tshisekedi, alegando que justificasse dar o segundo o mandato ao Tshisekedi para consolidar as reformas que fez no primeiro mandato.

Enquanto isso, os apoiantes de Moise Katumbi cuja principal praça eleitoral é em Katanga grande, é apontado alegadamente de tentar infiltrar o sistema eleitoral para supostamente inverter os resultados, o que viria ser desmascarado pelas autoridades congolesas.

Vale lembrar que no leque de 20 candidatos três são antigo primeiros-ministros e ministros do governo de Joseph Kabila, numa altura que o antigo presidente da RDC era Kabila.

Em termos gerais, o processo eleitoral decorre sem sobressaltos, ou incidentes graves.

Acompanhe a cobertura completa das eleições na RDC, na Rádio Correio da Kianda, em 103.7 FM para Luanda, e no portal www.correiokianda.info.

Por Queirós Chilúvia, directo da República Democrática do Congo 

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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