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Financiamento em Comum: Preocupa-se em potencializar Agricultura na África
Os bancos de desenvolvimento em África podem aproveitar as atuais crises globais como um impulso para ajudar o continente a aumentar significativamente a produção alimentar. Esta foi a conclusão comum dos membros do painel da cimeira do Financiamento em Comum deste ano, em Abidjan, na quarta-feira, 18.
Os participantes concordaram que os parceiros de desenvolvimento deveriam trabalhar com governos e outros decisores políticos para reforçar a capacidade de resistência das empresas privadas, especialmente as lideradas por mulheres.
Os membros do painel incluíram Beth Dunford, Vice-Presidente para a Agricultura e Desenvolvimento Humano e Social do Banco Africano de Desenvolvimento; Ijeoma Ozulumba, Diretor Executivo e Financeiro do Banco de Desenvolvimento da Nigéria; James Mwangi, Diretor Geral do Grupo e Diretor Executivo Equity Group Holdings; e Admassu Tadesse, Diretor Executivo do Banco de Comércio e Desenvolvimento.
O painel de discussão, com o tema ‘Desbloquear a recuperação inteligente e inclusiva em África através do setor privado‘, foi um dos vários presentes na cimeira de três dias que analisou a forma como os bancos multilaterais de desenvolvimento podem trazer soluções tangíveis para os desafios de desenvolvimento de África.
O Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Europeu de Investimento coorganizaram a cimeira sob o tema Transição Verde e Justa para uma Recuperação Sustentável para realçar o papel dos bancos públicos de desenvolvimento na recuperação de África, que enfrenta os impactos da pandemia de Covid-19, as alterações climáticas, e a guerra da Rússia na Ucrânia. As reuniões decorrem a menos de um mês da conferência das Nações Unidas sobre o clima, a COP27, que começa em novembro em Sharm el Sheikh, no Egito.
Dunford destacou várias iniciativas do Banco Africano de Desenvolvimento para reforçar a inclusão financeira, particularmente através da capacitação das mulheres através da digitalização e do desenvolvimento de capacidades para tornar as suas atividades financiáveis.
Ela disse que muitas mulheres em atividade na África Subsaariana consideram desafiante obter crédito a preços acessíveis devido a uma conceção errada de que o seu género as torna mutuárias de alto risco. Dunford disse que o Banco Africano de Desenvolvimento estava a trabalhar para mudar a mentalidade que categoriza as mulheres como não sendo dignas de crédito.
“No Banco Africano de Desenvolvimento e na nossa estratégia de género, estamos a analisar o empoderamento económico das mulheres em tudo o que fazemos”, salientou Dunford. “Em cada operação no banco, há o reconhecimento de que o empoderamento das mulheres é a chave para a concretização do crescimento. A estratégia está a dar frutos através da redução da pobreza entre as famílias”, acrescentou.
Dunford disse que o programa Ação Financeira Afirmativa para as Mulheres em África (AFAWA) do banco manteve o seu objetivo de colmatar a lacuna de financiamento de 42 mil milhões de dólares para as mulheres.
Ela disse que o Banco Africano de Desenvolvimento estava também a certificar-se de que há espaço para o setor privado à medida que os governos se voltam para o mercado doméstico para mobilizar crédito devido às condições globais mais restritivas