Sociedade
618 trabalhadores da transportadora SGO há mais de 12 meses sem salários
De acordo com o representante da comissão de trabalhadores, António João Alexandre, além da falta de pagamento de salários, também estão suspensos das actividades laborais por tempo indeterminado.
Para si, a SGO alega que o Ministério das Finanças é o principal culpado da situação, por não canalizar a dotação orçamental para esse efeito.
“Por causa disso, há miséria, morte de colegas e respectivas familiares”, desabafou, acrescentando que o património da operadora de transportes está a ser vendido e os trabalhadores afectados têm pretensão de impugnar o acto.
Ressaltou também a necessidade do respeito dos direitos dos trabalhadores, a fim de serem acauteladas as suas reivindicações.
Disse que houve tentativas de dialogar com a direcção ou com o grupo de accionistas, mas os contactos têm sido infrutíferos.
Referiu que a comissão de trabalhadores já recorreu à Inspecção Geral do Trabalho, mas não teve sucesso.
Por sua vez, o porta-voz da Comissão Negocial e liquidadora da SGO, António Sebastião, sublinhou ter havido uma reunião, sexta-feira última, com alguns accionistas e representantes dos trabalhadores, comissão sindical e funcionários.
No mesmo encontro, precisou, foram discutidos aspectos salariais e o processo de suspensão dos trabalhadores.
Informou ter sido feito um processo de suspensão dos trabalhadores, pelo facto de a empresa não estar a gerar lucros há mais de um ano.
“O objecto social da empresa é a transportação de passageiros e tem como ferramenta os autocarros, que precisam de equipamentos e outros, para a manutenção da empresa”, enfatizou.
Argumentou que a crise económica afectou o país e consequentemente as empresas, pelo que a SGO não foi diferente.
De acordo com o porta-voz da Comissão Negocial e Liquidadora da SGO, António Sebastião, há um ano que a empresa não adquire peças de reposição, quer a nível nacional, quer internacional, logo há autocarros paralisados.
Deste encontro, realçou, resultou na criação de uma comissão negocial entre as partes e que vai trabalhar em conjunto, para que até final de Novembro, possa regularizar a questão dos salários em atraso e as respectivas indemnizações.
Reiterou que a situação dos trabalhadores está acautelada e salvaguardada.
A SGO tem cerca de dois mil trabalhadores, mas devido a crise que afectou a empresa, desde o ano passado iniciou o processo de redimensionamento do pessoal.
Quanto a venda do património, António Sebastião afirmou não ter sido discutido o assunto nesta reunião e não está mandatado para falar a respeito.
Sobre a permanência da empresa no mercado nacional em continuar a servir o público, precisou não poder responder esta questão, por ser dos accionistas.
Considerou que o foco, neste momento, é resolver os problemas dos trabalhadores e do estado da empresa a que se encontra.
Prometeu que está a ser tratado o assunto com celeridade pela direcção e pelos accionistas, de forma a não defraudar as expectativas.
A SGO pertence a direcção do Grupo Sunneveste, que congrega diversas empresas, entre as quais a transportadora, sedeada no município de Viana.
C/ Angop