Politica
“27 de Maio deve servir como lembrete da necessidade de unidade e reconciliação”.- UNITA
Numa publicação intitulada “Memória dos Acontecimentos de 27 de Maio de 1997”, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, referiu que a data “deve servir como um lembrete da necessidade de unidade e reconciliação”.
“Este dia de lembrança é também um chamado à acção. Devemos renovar o nosso compromisso com a Paz, a Justiça e a Democracia. Devemos trabalhar incansavelmente para construir uma Angola onde todos os cidadãos possam viver em segurança e dignidade, livres do medo da repressão e da violência”, listou.
O líder do maior partido na oposição continuou, avançando que “só através do reconhecimento dos nossos erros e do perdão mútuo, genuínos, podemos avançar como Nação”.
“Devemos criar um ambiente onde o diálogo e a compreensão prevaleçam sobre o conflito e a divisão”, indicou.
Nas suas memórias, Adalberto Costa Júnior recorda o 27 de Maio como “palco de uma violenta repressão em resposta a um levantamento interno dentro do MPLA. O levantamento, liderado por Nito Alves e outros dissidentes, foi brutalmente esmagado pelo seus colegas do MPLA com o apoio das tropas cubanas. O que se seguiu foi uma onda de violência e repressão que resultou na morte de milhares de angolanos, muitos dos quais eram inocentes. Alguns foram presos e mortos por razões políticas, outros porque tinham um bem, uma propriedade, uma mulher bonita, uma desavença… Foi uma terrível caça às bruxas”, assinalou.
Para o líder da UNITA, “ao lembrarmos o 27 de Maio de 1977, somos chamados a refletir sobre os erros do passado e a importância de aprender com eles. Devemos reconhecer que a busca pelo poder e o medo da dissidência não podem justificar a violência e a repressão. A verdadeira força de uma nação está em sua capacidade de abraçar a diversidade de pensamentos e de proteger os direitos de todos os seus cidadãos”, ressaltou.
Considerado como tentativa de golpe de Estado, o 27 de Maio de 1977 imprimiu profundas alterações estruturais no seio do MPLA e do Estado angolano, como, por exemplo, a adopção oficial do marxismo-leninismo até 1992.