África
RDC e M23 assinam acordo de paz para acabar com combates no leste do país
A República Democrática do Congo (RDC) e o grupo rebelde M23 assinaram este sábado, 15, em Dona, capital do Qatar, um acordo de paz.
A assinatura tem como objectivo de acabar com os combates no leste da RDC, e é o mais recente de vários documentos assinados nos últimos meses como parte dos esforços apoiados pelos Estados Unidos da América e pelo Catar para acabar com o conflito de décadas que matou milhares de pessoas e deslocou centenas de milhares este ano.
De acordo com o ministro de Estado das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulaziz Al-Khulaifi, o acordo coloca as partes no caminho da paz.
“A paz não pode ser imposta pela força, mas é construída por meio da confiança, respeito mútuo e compromisso sincero” destacou.
De acordo com representantes dos Estados Unidos a estrutura abrange oito protocolos e negociações estão em andamento sobre como implementar seis deles.
O especialista em relações internacionais Adalberto Malú, disse hoje, 16, à Rádio Correio da Kianda, que a assinatura de mais um acordo levanta mais uma vez a questão do cumprimento entre as partes, numa altura em que várias outras negociações foram violadas.
Para Adalberto Malú, a mediação de actores internacionais, como Qatar e Estados Unidos aumenta o custo diplomático das negociações, e espera um nível de cumprimento do acordo moderado olhando para as violações anteriores já verificadas.
Referir que o Catar vem sediando negociações entre os dois lados desde Abril. Em Julho, eles concordaram com uma declaração de princípios e, em Outubro, chegaram a um acordo sobre o monitoramento de um eventual cessar-fogo.
O governo Trump liderou os esforços de mediação entre Ruanda que é acusado de apoiar o M23 -e o Congo, levando à assinatura de um acordo de paz entre os dois países em junho.
A violência na RDC continuou através dos vários processos diplomáticos em Washington e Doha. Na sexta-feira, autoridades locais relataram até 28 pessoas mortas por militantes aliados do Estado Islâmico na província oriental de Kivu do Norte.