África
Guiné marca eleições presidenciais para mês de Dezembro
A Guiné marcou para 28 de Dezembro deste ano, como data para realização das eleições presidenciais, depois de quatro anos, após o golpe militar, que derrubou o ex-Presidente Alpha Conde.
O anúncio foi feito este sábado, 27, por intermédio de um decreto publicado, naquele país que até ao momento é liderado por uma Junta Militar.
Este anúncio, segue depois de um polémico referendo sobre a constituição em 21 de Setembro, que foi aprovado com uma pontuação de 89% dos votos a favor, de acordo com estatísticas oficiais.
O referendo também contou com a participação de 86% dos eleitores, mas foi boicotado pela oposição, que o chamou de “disfarce eleitoral”, fundamentando que os resultados “eram conhecidos com antecedência”.
O referendo permite que o general Mamady Doumbouya, atual líder do governo de transição, concorra à presidência, apesar de Doumbouya ter prometido durante seu golpe militar que derrubou o ex-presidente Alpha Condé do poder que não concorreria às eleições presidenciais que encerrariam o período de transição.
O especialista em relações internacionais, Adalberto Malú, disse por outro lado que o problema central na Guiné, está na ausência de garantias de imparcialidade e de instituições sólidas e independentes.
Adalberto Malú disse que não há nesta altura quadro político partidário em pleno funcionamento que assegure a liberdade de escolha dos cidadãos, o que na sua visão, pode cristalizar o poder da Junta Militar, ao invés de abrir caminhos para uma ordem constitucional legítima e participativa.
De acordo com o novo referendo, o mandato presidencial também passou de cinco para sete anos e é renovável uma vez.
O general Doumbouya governou o país com disciplina militar desde que chegou ao poder, e os opositores denunciaram a repressão aos dissidentes e à liberdade de expressão.